Rede americana deixa o cliente pagar o quanto “acha justo” pelos produtos.
Uma rede americana de padarias e restaurantes está pondo à prova o altruísmo das pessoas com uma iniciativa ousada. Ela não cobra um preço fixo pelos produtos, mas deixa que o cliente pague o que quiser.
A Panera Bread abriu uma empresa cujas lojas, que combinam padarias com restaurantes de fast-food, oferecem o mesmo menu que as outras 1,4 mil unidades da rede: sanduíches, saladas e sopas.
A única diferença são os preços. Ou melhor, a ausência de preços. Pede-se que o cliente doe o que achar justo, seja o valor sugerido na comanda que ele recebe depois de fazer um pedido, um centavo ou US$ 100.
A Panera acaba de abrir uma loja em Clayton, um subúrbio de classe alta de Saint Louis, Missouri, no Sul dos EUA, que espera ser a primeira de muitas a serem inauguradas em todo o país. Existem outros experimentos similares que funcionaram. O restaurante One World, de Salt Lake City, opera como uma iniciativa sem fins lucrativos, em que o cliente paga o que quer, desde 2003. Segundo a sua fundadora, Denise Cerreta, os restaurantes não são invadidos por pessoas sem um tostão no bolso, que não pagam nada.
O projeto da Panera é operado por uma fundação sem fins lucrativos. Se for sustentável, a Panera abrirá mais lojas deste tipo em todas as comunidades em que está presente.
Os clientes reagem com uma mistura de assombro e satisfação ao conceito. Dawn Frierdich, de 52 anos, comprou três pães e um chá gelado. Quando perguntou o preço do pedido, o caixa respondeu que o valor era de US$ 12, mas lembrou o consumidor que não precisaria pagar a conta se não quisesse. Frierdich tentou pagar, mas foi orientado a colocar os US$ 12 em uma caixa com doações.
O caixa Michael Miller disse que a maioria pagou o preço normal no dia de inauguração, e que alguns pagaram um pouco menos ou a metade do valor. Os custos serão bancados pela fundação sem fins lucrativos que criou a Panera. Se der prejuízo, as perdas ficarão a cargo da fundação.
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